O Que é a Internet das Coisas e Como Ela Vai Mudar Nossas Vidas?

O Que é a Internet das Coisas e Como Ela Vai Mudar Nossas Vidas?

Internet das Coisas é um termo guarda-chuva usado para descrever uma ampla variedade de objetos inteligentes capazes de se conectar à internet. Ele também pode ser usado para descrever a rede virtual que é responsável pela comunicação de todos esses dispositivos – que incluem geladeiras, relógios inteligentes e até semáforos conectados.

Baixar Glossário Completo de Desenvolvimento Web

Imagine um mundo onde você pode ligar o seu ar condicionado minutos antes de chegar em casa, para que ela já esteja geladinha te esperando quando você abre a porta. Ou ter uma geladeira que avise quando acabaram seus ingredientes – e você possa conferir essas informações fora de casa.

Esse é o mundo que a Internet das Coisas (em inglês: Internet of Things ou IoT) deverá permitir já nos próximos anos. A pesquisa e desenvolvimento nessa área busca permitir que objetos hoje considerados “burros”, como eletrodomésticos, se tornem mais inteligentes.

Isso quer dizer que esse segmento não abrange tecnologias que já nasceram com o propósito de se conectarem à internet, como computadores, smartphones e até mesmo consoles de videogames. A tendência do IoT busca fazer com que objetos comuns do cotidiano ganhem chips e o software necessário para transferir informações através da internet.

Para Que Serve a Internet das Coisas?

Não é só porque algo pode ser conectado à internet que você deveria fazer isso, não é mesmo? Então para que serve a Internet das Coisas, e por que arriscar a chance de ter o seu marcapasso ou a fechadura da sua casa hackeada? Inclusive, iremos falar mais sobre segurança digital mais para o final do artigo!

O objetivo, é claro, envolve trazer utilidades adicionais para o comprador e um impacto positivo para a economia global. Dentro do mercado industrial, por exemplo, o uso de sensores pode resultar em melhorias na eficiência e redução do desperdício nas linhas de montagem. Um estudo aponta que 35% das fábricas nos EUA já utilizam IoT para otimizar sua produção.

Isso permite que as empresas tenham acesso a mais dados sobre os seus próprios produtos e sistemas internos. Com isso, os executivos têm uma maior habilidade de promover mudanças nos seus processos.

A implementação do IoT é algo que pode inclusive ajudar as firmas a fornecerem melhores produtos. Afinal, as fabricantes começaram a adicionar sensores em seus produtos para receberem dados sobre a performance deles. Com isso, é possível descobrir e substituir uma peça ou um componente antes que ele falhe e cause um dano maior.

diversos dispositivos de internet of things interligados
Fonte: Pixabay

Exemplos de Aplicações de IoT

As aplicações de Internet das Coisas podem ser divididas em quatro grandes áreas:

  • Casas Inteligentes: lâmpadas, eletrodomésticos e sistemas de segurança para deixar sua vida em casa mais prática e confortável
  • Medicina: assistência para pessoas com deficiência e idosos, monitoramento de sinais vitais e notificações de emergência para autoridades médicas
  • Cidades Inteligentes: semáforos, comunicação entre veículos e automóveis inteligentes
  • Indústria: otimizações para a eficiência da linha de produção através de um maquinário conectado

Vamos falar sobre cada uma dessas possibilidades abaixo.

Casas Inteligentes

Como já falamos anteriormente, a Internet das Coisas será útil para automatizar a sua casa, além de permitir que você possa ter mais controle sobre os seus aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos.

Isso pode incluir, por exemplo, uma lâmpada inteligente. Você a controla através de um aplicativo, podendo mudar a sua intensidade e até mesmo a sua cor.

Ela também pode ligar e desligar automaticamente nos horários que você programar ou até mesmo usar um sensor para saber se tem alguém no ambiente. Isso trará como benefícios uma maior economia na sua conta de luz.

Na verdade, tudo poderá ser controlado pelo seu celular: a temperatura da geladeira, o timer do fogão, o modo de funcionamento do ar condicionado, a programação da sua TV. E por aí vai.

Um ponto mais delicado são as fechaduras e portões de garagem inteligentes, que poderão ser desbloqueados usando sensores especiais, incluindo seu smartphone ou smartwatch.

Você ainda pode fornecer uma chave digital temporária (com tempo de expiração) para uma visita, evitando que você tenha que abrir a porta para essa pessoa ou entregar uma cópia da sua chave.

Só que um grande desafio para os pesquisadores será encontrar soluções que sejam mais seguras do que uma fechadura tradicional – afinal, todo dispositivo conectado à internet é potencialmente hackeável.

celular conectado a televisor, alarme de incêndio e máquina de lavar de iot
Fonte: Needpix

Medicina

Já na primeira geração de produtos de Internet das Coisas, dois gadgets que se destacaram foram os smartwatches e as smartbands. Esses relógios inteligentes costumam ser equipados com sensores e softwares adequados para rastreamento de exercícios.

Isso faz com que eles sejam ideais para uma outra categoria de dispositivos de Internet das Coisas: aqueles da Medicina. Afinal, seus recursos de monitoramento de sinais vitais trazem uma série de benefícios para a saúde dos usuários e a ciência.

Existem dispositivos capazes de medir os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea do usuário e até de enviar os dados para o médico dessa pessoa. Caso aconteça uma emergência, o aparelho pode avisar o usuário para procurar ajuda médica antes que ele passe mal.

No futuro, teremos dispositivos mais especializados, como marca-passos inteligentes e até mesmo aparelhos de audição avançados.

Alguns hospitais já começaram a implementar camas inteligentes, que sabem quando estão ocupadas e quando um paciente está tentando levantar. Elas são capazes de ajudar a pressão e o suporte sozinhas, sem a necessidade de interação manual com enfermeiras.

Cidades Inteligentes

As Cidades Inteligentes são, talvez, a aplicação mais ambiciosa da Internet das Coisas. Afinal, esse conceito pega tudo que já falamos até aqui e o aplica a uma escala metropolitana. A primeira cidade a experimentar com o conceito foi Songdo, na Coreia do Sul.

Ela é hoje conhecida como a “cidade mais inteligente do mundo”, por causa de um trabalho que começou lá em 2001. Esse foi o ano em que foi criado o Distrito Internacional de Negócios (IBD) de Songdo. O bairro tinha o objetivo de ser sustentável, ter baixas emissões de carbono e ser uma utopia tecnológica.

Para isso, o governo local instalou sensores de todos os tipos, que servem para monitorar desde o tráfego até o uso de energia – tudo para ser o mais sustentável possível. Há tubos pneumáticos que enviam o lixo da casa das pessoas diretamente para um aterro subterrâneo e as casas têm equipamentos controlados por celulares.

Outras cidades como Santander, na Espanha, e San Jose, nos Estados Unidos, também trabalham em projetos parecidos.

Em geral, as cidades conectadas usarão a Internet das Coisas para melhorar a qualidade da água e do ar, reduzir população sonora e melhorar a mobilidade urbana.

Na parte de mobilidade urbana, uma tecnologia fundamental será a V2X (Vehicle-to-everything ou Veículo-para-tudo). Ela permitirá que os carros se comuniquem entre si, transmitam e recebam informações da infraestrutura de trânsito e também troquem informações com os pedestres.

Com isso, os carros podem evitar acidentes de trânsito por conta própria, limitar automaticamente a velocidade máxima ao ler as placas e saber quanto tempo falta para o próximo semáforo fechar, entre outras coisas.

cidade conectada através de internet das coisas
Fonte: Wallpaper Flare

Indústrias

A aplicação industrial da Internet das Coisas vai permitir que as fábricas sejam mais eficientes. Isso vai acontecer ao permitir a coleta, troca e análise de dados – mostrando onde as empresas precisam investir mais e em que áreas elas podem economizar.

Ao utilizar o poder da computação em nuvem, as indústrias conseguirão alcançar um maior nível de otimização e controle para os seus processos de fabricação.

Um dos grandes avanços trazidos pelo IoT para as indústrias será a análise de Big Data, que são enormes conjuntos de dados. Isso permitirá ter insights e uma visão geral que simplesmente não era possível antes.

Para completar, as indústrias ainda terão em mãos aplicações de inteligência artificial (IA) e de machine learning. Com isso, os sistemas automatizados poderão ser cada vez mais precisos e complexos, permitindo que os trabalhadores humanos sejam direcionados para outras tarefas.

Internet 5G Vai Permitir Novas Aplicações

O 5G é a nova geração de internet móvel para celular, que começou a ser implementada no mercado de 2019.

Foi então que surgiram os primeiros celulares com modens capazes de acessar essa banda de comunicação, assim com as primeiras cidades com infraestrutura para oferecer a tecnologia.

A internet 5G vai permitir uma largura de banda muito maior do que era possível com a LTE (ou 4G), sua antecessora.

Dispositivos com a tecnologia serão capazes de se comunicar com velocidades de até 10 gigabits por segundo, uma grande evolução em comparação com os 300 Mbps máximos do 4G.

Torres de internet 5G serão capazes de suportar até um milhão de dispositivos conectados num raio de 1km², algo inimaginável com as redes anteriores.

Isso será fundamental para quando as cidades tiverem carros, semáforos, relógios inteligentes, postes de iluminação, redes de esgoto e outras estruturas conectadas à rede mundial de computadores.

Sem tamanha largura de banda, simplesmente não seria possível enviar todos esses dados para os servidores e então acessá-los a partir de computadores ou tablets para analisá-los.

Como Fica a Segurança e a Privacidade Com Isso Tudo?

Um dos maiores questionamentos quando se fala de Internet das Coisas é como proteger uma quantidade tão grande de dados tão sensíveis. Afinal, imagine o que acontece quando um hacker consegue quebrar a criptografia de um marcapasso ou da fechadura da sua casa.

Dentre os principais problemas de segurança de IoT está o uso de senhas padrões, que podem ser exploradas por pessoas mal-intencionadas. Mesmo que os usuários modifiquem essas senhas, normalmente eles acabam optando por opções que não são seguras o suficiente para evitar invasões.

Além disso, dispositivos de Internet das Coisas costumam ter processadores de baixo desempenho, que não são capazes de oferecer recursos de segurança avançados.

O ataque de hacker mais famoso relacionado a IoT aconteceu em outubro de 2016, quando um provedor de DNS conhecido como Dyn fez um ataque de Distributed Denial of Service (DDoS) contra diversos sites – incluindo GitHub, Twitter e outros.

Para fazer esse ataque, ele redirecionou as conexões de dispositivos de IoT como câmeras IP, gateways e até babás eletrônicas para criar uma botnet que ficava tentando acessar esses sites até os servidores deles não aguentarem mais a sobrecarga.

Com o intuito de evitar um ataque do tipo no futuro, é preciso que as empresas concordem no uso de um único framework de segurança que será usado através de toda a indústria.

A partir daí, será possível que as organizações responsáveis forneçam ferramentas e diretrizes para que as empresas criem dispositivos de Internet das Coisas mais seguros.

Conclusão

Não há mais volta: a Internet das Coisas fará parte do futuro da humanidade. Seja através de carros autônomos, de fábricas mais inteligentes ou de uma cafeteira que manda uma notificação quando o seu café está pronto, você irá conviver com essa nova tecnologia.

Ela virá para facilitar nossas vidas, tornar nossas cidades mais sustentáveis e a nossas estradas mais seguras. Mas a IoT também pode representar novos desafios para a nossa privacidade e a nossa segurança.

Por isso, é importante que as empresas concordem num padrão de segurança e que os governantes criem regulamentações adequadas para o uso seguro desses produtos.

Mas e aí, você já tem algum objeto inteligente em casa? Conta para a gente na caixa de comentários abaixo!

Author
O autor

Carlos E.

Carlos Estrella é formado em jornalismo pela UFSC e tem as funções de redator, tradutor e SEO na Hostinger Brasil. Já trabalhou com jornalismo de games e tecnologia e hoje aplica essa experiência escrevendo posts e tutoriais no blog da Hostinger. Suas paixões incluem games, dar rolês com a namorada e amigos e ler artigos aleatórios da Wikipédia de madrugada.