terça-feira janeiro 11, 2022
9 min Ler
Bruna V.
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Quando você pensa em startup, o que vem à sua cabeça? Horários flexíveis, unicórnios (inglês), escritórios abertos cheios de cores, festival de pizza, lanches grátis, ou uma equipe que é como uma grande família, horas a fio na frente do PC, incertezas infinitas?
Na sua forma mais pura, uma startup é definida como uma empresa na fase inicial de suas atividades, geralmente buscando provas de conceito, reconhecimento no mercado e investidores para crescer. Essa definição foi ampliada para incluir mais ideias que compõem uma organização empresarial moderna. Embora tenhamos uma ideia clara do que é uma startup, nunca houve uma linha muito clara que determina quando uma startup deixa de ser uma startup.
Quando é que ela passa a ser uma “empresa” de fato na definição mais tradicional? E uma empresa já desenvolvida pode manter alguns elementos empresariais em sua abordagem e execução mesmo depois de 5 ou 10 anos de atividade?
Podemos nos referir às startups como as fazedoras da diferença e sonhadoras — famintas por conquistas, que desejam desenvolver produtos ou serviços únicos e que entregam tais novidades ao mercado, causando grande impacto. Da mesma forma, o fundador da Y Combinator, Paul Graham, descreve uma startup (inglês) como uma empresa projetada para crescer de forma rápida e sem tempo limite. Porém, parece ainda que agentes inovadores do mercado, como a Uber, Amazon e Tesla não são mais consideradas startups, apesar de seu crescimento contínuo.
Houve muitas tentativas de estabelecer um limite numérico sobre o que separa uma startup de uma empresa pelo número de funcionários, renda, lucro, financiamentos específicos etc. Uma delas, chamada regra 50-100-500 sugere pendurar seu uniforme de startup caso algumas dessas diretrizes se apliquem à sua empresa:
E se a sua empresa atinge ou ultrapassa esses números, mas ainda tem muito de uma startup?
Ao pedirem para definir a cultura da sua empresa, os funcionários, geralmente, começam falando sobre a flexibilidade nos ambientes de trabalho, escritórios descolados, atenção e cuidado no equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, eventos únicos e estrutura dinâmica de equipes. O que realmente falta nessas descrições é a habilidade de articular uma identidade verdade da empresa, já que “colocar uma mesa de pingue-pongue nos escritórios IBM não vai torná-la uma startup” (link para site em inglês, tradução nossa).
Amar Bhidé, em seu livro How Entrepreneurs Craft Strategies That Work [Como Empresários Criam Estratégias que Funcionam], publicado em 1994, diz: “Os empresários devem interagir e explorar ideias, deixando suas estratégias evoluírem através de um processo contínuo de adivinhação, análise e ação” (tradução nossa). Por meio de tal interação e exploração, a cultura da startup cresceu em significativamente na última década, criando um movimento inteiro de empresas que desenvolveram produtos e serviços interessantes e progressivos e valiosos.
Graças às empresas revolucionárias como a Netflix, Facebook, Aibnb e outras, a mentalidade da startup é agora uma área relevante no dicionário do mundo de negócios modernos. Portanto, esse pensamento voltado para o futuro é caracterizado pela obsessão pela oportunidade, iniciativa de ideias, pelo foco na execução e pela prontidão para mudar o rumo do negócio.
Uma pesquisa (inglês) publicada pela Harvard Business Review aponta que há certa energia, ou alma presente nas startups que inspiram os funcionários a contribuírem com seus talentos e entusiasmo, os investidores e clientes a investirem seu dinheiro e os fundadores a acreditarem que o seu empreendimento é algo além dos modelos de missões e negócios. De acordo com os resultados da pesquisa, a alma da startup é aplicada a três princípios fundamentais, que ajudam uma empresa a continuar com seu poder inovador e manter o seu crescimento:
A cultura da empresa nunca é construída da noite pro dia e não se limita apenas aos valores organizacionais e princípios orientadores. O maior desafio é manter estes três elementos no topo de uma estratégia de negócio e nas atividades diárias, a fim de preservar a alma da startup e manter o instinto empreendedor durante o crescimento da empresa.
A Hostinger foi criada em 2004 e, desde então, segue numa jornada fantástica. Ela já é uma modelo de negócio sólido e bastante lucrativo que vem se expandindo cada vez mais rápido, deixando para trás sua definição original de startup. A necessidade de começar a falar sobre a cultura d Hostinger surgiu quando começamos a procurar uma abordagem de negócio sobre como avaliar o desempenho de um funcionário sem fazer juízo emocional e pessoal do trabalho. Os valores de empresas bem sucedidas como a Netflix, Google e Amazon foram as nossas inspirações.
Portanto, do nosso ponto de vista, as startups têm a ver com a cultura — a liberdade de agir, de tomar decisões, de adotar princípios e valores como norteadores em todas as atividades comerciais.
Cultura é como nos comportamos quando ninguém está vendo. É assim que vemos a cultura e ela se reflete nos princípios do nosso trabalho. Alta velocidade, altos padrões, foco na entrega de resultados — essa é uma cultura que incentiva o aprendizado e crescimento pessoal e organizacional.”
Gabija Marganavičė, Chefe do Departamento de Pessoal da Hostinger
Nossos Princípios Hostinger unificados definem o tom para processos globais e processos de promoção, além de servirem como um ponto de partida. “Cada funcionário recebe todas as ferramentas para ter sucesso na Hostinger, e tudo depende da motivação e competência da pessoa para construir sua história de sucesso aqui”, diz Gabija Marganavičė.
A liberdade para aprender, investigar, errar, experimentar e crescer anda junto com a responsabilidade. Como a nossa cultura é uma fusão entre os princípios orientadores e a equipe; para a Hostinger, o sucesso das pessoas é o sucesso da empresa.
Desafiar estereótipos e padrões em um ambiente multinacional é um processo diário aqui na Hostinger. Devido à pandemia de COVID-19, mais de 1000 funcionários de 35 países trabalham remotamente. De acordo com Justina Telyčėnė, Parceira de Pessoal da Hostinger, a cultura é um elemento fundamental que nos une, e não há nenhuma razão para torná-la mais local.
“Subculturas existem e elas são fortemente determinadas pelas múltiplas localidades na Hostinger. Não importa de que país os nossos funcionários sejam, nossas estratégias e metas são as mesmas, exigindo ferramentas similares para alcançar nossos objetivos. Talvez um princípio apareça mais em um local que em outro, mas o ambiente cultural tem que permanecer o mesmo. As subculturas são aceitáveis desde que elas trabalhem juntas para um propósito unificado e de acordo com os mesmos princípios.”
Justina Telyčėnė, Parceira de Pessoal da Hostinger
Ao não localizarmos a cultura, nosso objetivo é garantir que todos estejamos na mesma página e possamos medir com precisão o impacto individual e organizacional da nossa cultura. Os métodos de Net Promoter Score (NPS), que é uma métrica de chances de recomendação, e de Team Pulse [Pesquisa de Pulso da Equipe] são aplicados para trabalhar na cultura e aprimorá-la.
Com base nos dados do NPS, podemos ver se os funcionários recomendariam a Hostinger como um bom lugar para trabalhar, seguido de perguntas de o que poderia ser feito para melhor a avaliação que não atingiu a nota máxima. Assim, uma pesquisa mensal da Team Pulse se concentra nos cinco princípios (inglês) que uma equipe eficaz deve seguir (segurança psicológica, confiabilidade, estrutura e clareza, significado do trabalho, impacto do trabalho).
Aqui na Hostinger, nós construímos um avião enquanto estamos no ar. À medida que uma startup se expande, estruturas e processos formais adicionais devem ser acrescentados e aplicados para administrar o negócio. E não tem nada de errado com ambientes corporativos saudáveis — eles podem trazer transparência e simplicidade se os processos são organizados de forma eficiente. Consequentemente, o exemplo da Hostinger ilustra o novo tipo de estrutura corporativa, que inclui intenção de negócio, conexão com o cliente, e experiência de funcionário como principais elementos, todos com um toque de empreendedorismo.
Diferente de grandes corporações, startups não têm o privilégio de um crescimento lento — os clientes não têm tempo de esperar uma startup se adaptar, o que facilita para a concorrência preencher o vazio das necessidades não atendidas dos clientes. Portanto, o “eu” verdadeiro da Hostinger consiste em velocidade de decisões, testar e cometer erros e acertos em vez de somente esperar a melhor opção e entregar resultados de qualidade com rapidez. Gintarè Stundytè, Diretora de Operações da Hostinger, define a empresa como “várias pessoas unidas por alguns elementos fundamentais: gostamos de entregar resultados, aprender muito, e fazer as coisas rápido. Sabemos que clientes satisfeitos são cruciais para o crescimento da empresa e queremos provar que a Lituânia [sede da Hostinger Global] é um lugar onde nascem Unicórnios.”
“Obsessão pelo Cliente é o que você vive, come, e respira todos os dias, 365 dias por ano. É simplesmente a forma como você gerencia a sua empresa… sempre colocando o bem-estar dos clientes acima de tudo o que você faz” (tradução nossa), segundo Blaine Millet, a conexão que a Hostinger tem o cliente é o elemento-chave deste tipo de empreendedorismo. Nós pesquisamos extensivamente e nos esforçamos para compreender melhor os nossos clientes, trabalhamos com um esforço enorme para conquistar e preservar a confiança deles.
Os laços emocionais dos funcionários com a a empresa se formam gradualmente e existem como uma relação recíproca entre a empresa e o funcionário. Este tipo de vínculo precisa de um impulso constante para crescer tanto a nível individual quanto em equipe. Portanto, em uma organização completa como a Hostinger, a cultura de startup serve como um agente propulsor de resultados para os funcionários. E isto é o que acreditamos motivar e fazer com que as melhores pessoas permaneçam – colegas curiosos e um ambiente em constante mudança formado para entregar resultados.
Pela experiência da Hostinger, reconhecemos a necessidade de uma startup de incorporar disciplina e ordem em suas atividades comerciais à medida que estas crescem. Espera-se maior eficiência, preservação do vínculo com o cliente e conexão de equipe se tais ajustes forem implementados de forma consciente.
Que a cultura mudará à medida em que a startup for crescendo, disso não temos dúvidas — e certamente não temos medo dessa mudança. A cultura da empresa é o único elemento que a concorrência não pode copiar.
Essas são as dicas práticas da Hostinger para manter uma cultura de startup, mesmo depois de fazê-la crescer:
Como uma startup é movida por ideias empreendedoras e o seu objetivo é criar um modelo de negócio sustentável, nós podemos dizer que logo após de um empreendimento ter provas de que ma ideia funciona e atinge o seu potencial por meio do crescimento de escala e lucros, ela já não é mais uma startup. E nós não somos uma exceção aqui — tecnicamente, por não ser mais uma startup, a Hostinger continua com o seu espírito empreendedor à medida que cresce. “Não importa o quão bom seja seu produto original, se você não conseguir construir uma grande empresa com ele, o produto não resistirá”, declara Brian Chesky, cofundador e Diretor Executivo da Airbnb. E essa citação de Brian resume muito bem o que queremos dizer: mesmo depois de atingirmos um mesmo nível que as nossas maiores concorrentes e saímos da fase startup, manter a cultura de startup é o que cria a magia e mantém a inovação e o crescimento contínuo.
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